cotidiano

Viu como eu não estava mentindo?

Avenida Paulista, sexta-feira, 18:30. Dois paulistanos, um canadense, trajeto consolação-paraíso. Hora do rush para nós pedestres e a aglomeração é grande para as largas calçadas da avenida. Conversa em inglês já na altura do MASP:

– So are we heading to a sushi place?
– Yep. It’s not far from here, it won’t take too much longer. – pronuncio com erros e acentos brasileirescos.

O canadense caminha sempre entre os dois brasileiros, numa velocidade acima do esperado.

– Que língua vocês estão falando? – uma vez feminina

Só eu ouço. Vem de trás. Por um átimo não percebo que a pergunta se dirige a nós.

De soslaio noto que a pré-adolescente usava um tom relativamente infantil para a sua idade. Reluto se devo responder.

– Inglês.
– Que legal! bliu bla isbliu lau lou – balbucia quase que insanamente numa tentativa de emitir sons próximos da tal língua, e para minha maior estranheza completa: – Eu falo alemão!

Pausa, comprova:

– Wie heisst du?
– Ich heisse Roberto, un du?

Recebe a informação assustada, para de andar, interminável intervalo de 3 segundos. Conclui:
– Viu como eu não estava mentindo?

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