cotidiano

Chico Buarque e o pretérito imperfeito

Estou cada vez mais intrigado com o uso do pretérito imperfeito no lugar do futuro do pretérito. Da próxima vez que eu for recriminado pelo uso de “Eu queria (quereria) um BigMac“, cantarei um Chico Buarque:

Ah, se eu soubesse não andava na rua.
Ah, se eu pudesse te diria na boa.
Ah, se eu soubesse nem olhava a lagoa.
Ah, se eu pudesse não caía na tua.

Repare que apenas a segunda frase emprega o imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito. Todas as outras utilizam o imperfeito do indicativo. Para ficar homogêneo, a segunda frase deveria ser “se eu pudesse te diZia na boa”, ou então todas as outras deveriam mudar (andaria/olharia/cairia), utilizando a norma culta.

A letra completa está aqui.

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